terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Fahrenheit 451

Hoje na companhia de uma das minhas pessoas favoritas assisti à um filme chamado "Fahrenheit 451", de François Truffaut, baseado no livro homônimo de Ray Bradbury.
Fantástico seria a palavra para definí-lo. Tão fantástico, que no final além de praticamente me debulhar em lágrimas, fiquei imaginando qual livro eu seria, se pudesse ser um.
Mas antes de começar uma lista exaustiva dos livros que eu seria, vale a pena contar um pouco do filme. Em Fahrenheit 451 ler é crime. O governo considera que a literatura é um perigo constante para a sociedade, já que o conhecimento do mundo pela arte torna as pessoas angustiadas e pessimistas. A quase todo o momento os leitores são apontados como os "anti-sociais" que devem ser reintegrados à sociedade.
Nessa nova ordem, os bombeiros não têm mais a função de apagar incêndios. Sob uma temperatura de 451 Fahrenheit, eles queimam livros de toda espécie. E Montag é um deles, prestes a ser promovido.
Ao conhecer Clarisse, a visão de Montag entra em conflito e, atiçado pela curiosidade, começa a roubar alguns livros e lê-los escondido.
O desfecho dessa história é previsível, porém não menos emocionante. Montag é perseguido e foge, indo viver numa comunidade isolada onde os amantes da literatura decoram livros, transformando-se neles.
A cena final é uma das mais belas e mais emocionantes que eu já vi. Montag então, de posse do único livro que conseguiu salvar, caminha dentre as várias pessoas recitando o que lê para decorar as palavras, enquanto as outras pessoas/livros recitam a si próprios. É belíssimo.
Acabei lembrando da época em que trabalhava numa livraria, e imaginava todos os livros falando de suas prateleiras, só esperando que alguém os levasse pra casa. Truffaut conseguiu colocar numa imagem o que os livros são para mim: várias pessoas falando, falando e falando. Uma pena que nem todos se dispôem a ouví-los.



Ahhh, peraí. Ia esquecendo. Depois de pensar muito, acho que se eu pudesse ser um livro, me apresentaria como: "Olá, muito prazer, sou o 1984, de George Orwell".

Um comentário:

Unknown disse...

( Estou me contendo ao escrever ahaha). Bem, fantástico, esta é a palavra de fato. Este filme muito bem explicado por minha amiga Gábi é exatamente instigante e questionador,porque como é dito em uma das passagens do filme a Era das Trevas faria com que os homens tomassem a vida do livro como sua própria vida. Assim, este livros e suas histórias não ficariam perdidos e nem esquecidos pelas pessoas-livros.
Questionador também, para pensarmos se esta Era das Trevas está tão distânte no passado, ou se ainda nos tempos de hoje aplica-se à busca do conhecimento, da filosofia, da literatura... na busca por questionamentos, será que está tão distante assim ?

Simplesmente Fantástico.
Valeu amiga.

beijocas xuxu