terça-feira, 21 de abril de 2009

Cheiros

Hoje teve pic-nic da turma da faculdade. Fomos para o parque que tem atrás do Museu Oscar Niemeyer. Depois sentamos na escadinha do Museu, e por um instante eu senti cheiro de livro novo. O mesmo cheiro que de vez em quando eu sentia quando trabalhava na livraria. Quando chegavam aquelas caixas enormes, cheias de exemplares cheirosos.
Daí me deu saudade daquele tempo. Das horas legais de trabalho. De alguns clientes queridos e bem-educados. E principalmente dos livros. De estar cercada por eles, e de sentir aquele cheiro.
Memória olfativa é uma coisa fascinante. Eu sempre fico pasma quando sinto um cheiro que me vai me trazendo lembranças. Me recordo até hoje, quando caminhava na ESEF em Porto Alegre, ouvindo a trilha sonora do Senhor dos Anéis ou Peter Cetera, que num determinado ponto do caminho dava pra sentir brevemente o cheiro de eucalipto. Era um segundo. Certa vez até parei e fiquei tentando perceber de onde vinha o odor. Mesmo assim, naquele microsegundo eu lembrava da minha infância, na casa da minha tia avó, onde frondosos eucaliptos cresciam no jardim.
Hoje, se sentir cheiro de eucalipto lembro desses dois instantes de vida. As vezes acho que a memória olfativa vai acumulando sensações.
Tenho tantos outros perfumes-emoções que nem sei se conseguiria lembrar todos agora. Como café passado, que vai sempre lembrar eu de pijamas chegando na cozinha e minha mãe acabando de se arrumar antes de trabalhar.
Também existem cheiros que não sei identificar, mas quando sinto, lembro de tardes quentes quando eu era pequena e via a vida passar pela janela. Mas acho que nesse quesito também entram a cor do céu. Só que isso é outra história...

Um comentário:

Rodrigo Alonso disse...

cheiros... cheiro de sabão em pó me lembra bolha de sabão. =]