quinta-feira, 4 de junho de 2009

o homem que saiu para o frio

um dia um homem saiu para o frio. seus pés congelavam dentro dos sapatos, mas mesmo assim, ele saiu.

ele cantarolou uma musica reconfortante, mas ninguem ouviu. e talvez por isso, ele ficou muito mais quieto e muito mais triste do que o mundo jamais viu.

se cantar não adiantava, que tal um assobio? mas tudo naquele dia era tão cinza, tão escorregadio…

o homem suspirou e voltou para casa, arredio. resolveu que nao sairia mais para o frio. deitou sua cama, fechou os olhos e logo adormeceu. pelo menos ali, ele tinha algo que era seu.

e com o passar do tempo, o homem envelheceu. seu medo arrefeceu. tenho pouco tempo! – ele dizia, e o grito ecoava na parede fria.

mas como nada acontecia, o homem nao lutava, não perdia e nem vencia, o frio, como era do seu feitio, permanecia.

(algo para uma noite fria, em que eu achei que era melhor postar isso do que “estou com tanta dor de cabeça que acho que tenho um tumor” – também sob influencia de um blog muito belo, que ainda nao sei se posso divulgar o endereço.)

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